Esta historia ilustra a mobilidade
social no pais que, se antes era pontual, agora vem se acentuando
cada vez mais nos últimos anos. Isso graças às várias políticas
de geração de renda e emprego e aos projetos de distribuição de
renda que vem mudando a composição das classes sociais, ao mesmo
tempo em que garante um mercado consumidor interno importante que
está permitindo ao Brasil atravessar esse período de retração
econômica que assola o mundo.
Em uma sala com uma das
vistas mais belas de Brasília, no terceiro andar do Tribunal
Superior do Trabalho, trabalha uma ex-empregada doméstica. A
ministra Delaíde Alves Miranda Arantes traçou o itinerário de
muitas meninas da zona rural brasileira.
Filha de agricultores de Pontalina, cidade a pouco mais de 100km de Goiânia, ela começou a trabalhar aos 14 anos cuidando da casa de um bancário e uma professora.
Filha de agricultores de Pontalina, cidade a pouco mais de 100km de Goiânia, ela começou a trabalhar aos 14 anos cuidando da casa de um bancário e uma professora.
Depois foi atendente em
um consultório médico até ir à capital goiana para estudar. Lá,
trabalhou sem remuneração em outra família, em troca de um teto e
comida por cerca de um ano. Em seguida, exerceu outras profissões em
empresas de vários ramos até enveredar para o direito, formação
que cursou graças a uma bolsa.
A dedicação aos estudos
resultou em uma carreira de sucesso como advogada. Em março de 2011,
chegou a cadeira de ministra. A trajetória, para ela, é um orgulho,
além de ajudá-la a julgar. "Quando analiso as leis, sei
exatamente o que significam os direitos, ou a ausência deles, para
um trabalhador.
O trabalho doméstico carrega o traço do trabalho escravo no Brasil. Só que não podemos mais conviver com uma classe tão grande tratada como profissionais de segunda categoria."
O trabalho doméstico carrega o traço do trabalho escravo no Brasil. Só que não podemos mais conviver com uma classe tão grande tratada como profissionais de segunda categoria."
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